quinta-feira, 21 de outubro de 2010

"Estou dando a você a liberdade.
Antes rompo o saco d'água.
Depois corto o cordão umbilical.
E você está vivo por conta própria."
(Clarice Lispector)

domingo, 3 de outubro de 2010

Educação


“O menino lá em casa não faz a sua cama de manhã. Não prepara sozinho a roupa para vestir no dia seguinte e nem mochila. Não arruma os seus brinquedos e nem o seu quarto. Não tem uma rotina de horários e de atividades para cumprir conforme sua idade. A mãe tem um gosto todo material em realizar por ele essas tarefas e o pai não vê nenhum problema nisso, pois o acha muito pequeno para tarefas. Há anos que isto se passa assim, o que produz um estilo de vida.
E, depois, o pai vai levar o menino à escola, mesmo que, indo a pé, ele demorasse apenas dez ou quinze minutos. É que tem a chuva, e os atrasos, e o peso da mochila, e o perigo de atravessar a rua… E, se for na grande cidade, os assaltos… Uma vez roubaram um relógio do primo dele. Há anos que isto se passa assim, o que produz um estilo de vida.
E, depois, o menino, além de não tratar das suas coisas, também não é envolvido nas tarefas comuns da casa. Porque se puser a mesa, é certeza que quebre pelo menos um copo. Porque não é de grande ajuda, se for preciso pregar um quadro na parede. Porque se sujaria se ajudasse na pintura da sala; e seria preciso, além do mais, tomar conta dele. Melhor os adultos fazerem ou a empregada. Porque tudo está muito frio para ser ele quem vai despejar o saco do lixo lá fora, no container ou muito cedo ou muito tarde para ir sozinho à padaria… Há anos que isso se passa assim, o que produz um estilo de vida.
Hoje em dia não mexe um dedo nem sequer para colocar a cadeira no lugar. Consome as coisas que aparecem feitas, e é capaz de resmungar se não arrumaram bem suas roupas, ou se o jantar atrasou.
Entretanto, chega uma altura em que os pais ficam alarmados. Assustamo-nos quando as coisas chegam a certo ponto, quando percebemos suas atitudes. Parece para nós, que ele está ficando muito infantil, sem iniciativa e acomodado, pouco maduro para a idade. Ficamos em pânico quando o menino tem uma queda grande no rendimento escolar. Insistimos então para que ele estude, para que seja responsável na sua vida escolar…
Mas acontece que a responsabilidade não nasce senão depois de se ter cultivado cuidadosamente, demoradamente, a semente da responsabilidade. Passamos anos a fomentar no menino um estilo de vida sem compromisso e, agora, de repente, exigimos-lhe que seja responsável? Passamos anos a paparicá-lo, e agora queremos que seja maduro? Para ele ser maduro, teria sido necessário que tivesse vivido: que tivesse passado experiências diversas, que tivesse enfrentado obstáculos, que tivesse feito coisas sozinho, que tivesse errado e emendado depois os erros, que tivesse se aperfeiçoado à custa de esforço pessoal. E nós temos feito tudo para lhe evitar esses obstáculos, essas experiências e esse esforço.
É claro que, quando à altura em que precisa mesmo estudar, porque as matérias se tornaram mais difíceis, ele não capaz de fazê-lo. Pois é natural que-não tendo sido habituado ao esforço de fazer a cama, de ir a pé para a escola, de pôr a mesa, de arrumar suas coisas, de comprar pão, de fazer seu café, de cumprir horários e fazer tarefas ao menos uma vez… – não seja capaz do esforço de estudar, que é maior que os outros.
É enganoso levar o menino ao psicólogo. É enganoso pensarmos que o problema está em não saber estudar, em desconhecer as técnicas de estudo. O problema dele é… Como o educamos. Exatamente. Se quisermos mudá-lo, primeiro teremos que mudar a nós próprios e as nossas ações… Seremos capazes de mudar?
O que temos exigido de nossos filhos? Qual estilo de vida produzimos em nossos lares?
(Professor e psicólogo Paulo Geraldo)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

“Dos Filhos”

“Vossos Filhos, não são vossos filhos
são os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Eles vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem…
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos.
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
pois suas almas moram na mansão do amanhã,
que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles,
mas não por fazê-los como vós.
Por que a vida não anda para trás e
não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos
são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito
e vos estica com toda sua força para
que suas flechas se projetem rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria.
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
também ama o arco que permanece estável.
* “Dos Filhos”, de Gibran Khalil Gibran / imagem: Patricia Metola

Shantala

Encontrei imagens melhores que as que eu havia colocado aqui explicando como fazer a shantala por isso resolvi fazer um novo post com o assunto. Como vcs podem observar, qqr assunto relacionado a bebês mto me interessam, a ansiedade na reta afinal nos deixa ainda mais curiosos...

Para que entre na rotina do bebê, a terapeuta Veena Mukti orienta que a shantala seja praticada diariamente. O horário fica a critério da mãe, desde que a criança não esteja com sono, com fome ou chorando muito. Também é desaconselhável começar uma sessão logo depois da mamada. É importante esperar pelo menos meia hora depois que o bebê mamou no peito ou uma hora, se ele tomar mamadeira – tudo para evitar que o pequeno regurgite.

Vale reservar um tempo só para a shantala, de modo que a mãe não seja interrompida e possa seguir o passo-a-passo da técnica até o fim. Só a interrompa para atender às necessidades do bebê – um xixi, por exemplo. “Se for uma pausa rápida, é possível continuar do ponto onde se parou. Se forem mais de dez minutos, o ideal é recomeçar”, orienta Veena.

Se o bebê estiver gripado, com febre ou outro sintoma, a prática deve ficar suspensa. Caso ele durma, deixe a massagem para outro momento. Especialmente no verão, se a pele dele estiver sensível ou com brotoejas, evite a massagem e o uso de óleo.

Como a criança deve ser massageada sem roupa, cheque se o ambiente está aquecido, com uma temperatura agradável, principalmente no inverno. E aqueça as mãos em água morna antes de tocá-lo.

O toque é firme, de modo que a mãe sinta a musculatura do bebê, mas a intensidade precisa ser confortável para os dois. O óleo vegetal puro – prefira os de farmácias de manipulação – ajuda a esquentar as mãos e facilita o deslizamento pelo corpo da criança.

Para as crianças que têm refluxo, é sempre bom colocar uma almofada sobre as pernas da mãe para que a cabecinha não fique tão baixa. Além disso, procure se proteger com uma fralda – afinal, quando o bebê relaxa, o intestino tende a funcionar.

O estado emocional de quem aplica a shantala influencia o bem-estar do pequenino. Por isso, em dias tensos, a sugestão é que, antes de pôr as mãos à obra, a mãe tome um banho relaxante, respire fundo e fique em silêncio.

Originalmente, a shantala era realizada pela mãe, mas, no Brasil, os terapeutas estimulam os pais e as pessoas próximas a também praticar a técnica.
Segue abaixo o passo-a-passo:

Passo 1 Sente-se no chão, mantenha as costas apoiadas na parede e as pernas esticadas. Aqueça suas mãos em água morna ou friccionando-as com o óleo vegetal puro. Cada movimento deve ser repetido de três a dez vezes. Deslize as mãos espalmadas do centro do peito do bebê para as axilas e do centro do peito para os ombros

Passo 2 Com as mãos em X, deslize uma mão do peito para o ombro esquerdo e a outra do peito para o ombro direito

Passo 3 Envolva o braço do bebê com a mão, formando uma espécie de bracelete, e vá do ombro em direção ao punho

Passo 4 Abra a mãozinha do bebê com seus polegares, indo desde a palma até os dedinhos

Passo 5 Deslize toda a mão pela mão do bebê

Passo 6 Segure cada dedinho, do polegar ao mindinho, fazendo uma massagem na ponta de cada um. Repita os movimentos no braço e na mão direita

Passo 7 Com as mãos em concha, escorregue a lateral externa das mãos desde a base das costelas até o quadril

Passo 8 Segure as perninhas para o alto e use o antebraço para deslizar da costela ao quadril do bebê

Passo 9 Envolva a perna do bebê com a mão, formando um bracelete, e vá desde a virilha até o tornozelo, alternando as mãos

Passo 10 Com as duas mãos, faça um movimento giratório, de vai-e-vem, desde a virilha até o tornozelo, ficando um pouco mais no tornozelo para estimular a circulação

Passo 11 Movimente seus polegares do centro do pezinho do bebê aos dedinhos

Passo 12 Deslize toda a mão pelo pé do bebê

Passo 13 Segure cada dedo, começando sempre pelo polegar, e massageie a pontinha de cada um deles. Repita os movimentos com a perna e o pé direitos

Passo 14 Depois de virar o bebê de costas, deixando-o perpendicular às suas pernas e com a cabeça voltada para o seu lado esquerdo, mantenha as duas mãos espalmadas e faça movimentos de vai-e-vem, descendo da nuca ao bumbum e depois subindo

Passo 15 Mantenha sua mão direita no bumbum do bebê e deslize a mão esquerda com o polegar aberto, da nuca ao bumbum

Passo 16 Depois de voltar o bebê para a posição inicial, junte os dedos no centro da testa do bebê e faça um semicírculo, contornando cada olho. Volte para o centro da testa e faça outro semicírculo, indo em direção às maçãs do rosto. Por fim, faça semicírculos, indo até o queixo

Passo 17 Com os polegares, suba desde a base do nariz até o centro da testa e volte, fazendo um movimento de vai-e-vem

Passo 18 Segure as mãos do bebê, abra seus bracinhos e depois feche, cruzando-os e alternando o braço que fica por cima. O exercício ajuda a aliviar tensões nas costas e melhora a respiração

Passo 19 Cruze as perninhas do bebê em posição de lótus, com o pé sobre o joelho oposto e o outro joelho sobre o outro pé, e leve-as em direção à barriga. Alterne as perninhas

Passo 20 O banho de imersão, em água morna, com apenas o rostinho e os ouvidos do bebê de fora, elimina as tensões que ainda possam existir no corpo dele e retira o excesso de óleo. Segure-o por baixo e deixe-o flutuar por entre cinco e dez minutos